Maria Bethânia de Jesus
Queridos leitores, apresentarei para vocês com muito carinho e de forma simplificada um traçado acerca dos novos modelos de gestão pública na atual conjuntura brasileira, seus limites e desafios, tentando contribuir de forma esclarecedora sobre o pensamento gerencial da administração pública, destacando a dimensão sócio política para o processo das tomadas de decisões que envolvem gestores e cidadãos.
Compreendo e quero que vocês também entendam que toda política deve ser negociada, transparente, discutida e orientada de forma que o cidadão entenda. No entanto, sei que discutir democratização dentro do Estado é uma deficiência por parte dos gestores, a hierarquização é visível, e que pouco se presencia a relação entre o cidadão e gestor discutindo os processos decisórios, participando ou vendo suas ideias sendo colocadas como pontos importantes.
Quanto mais se busca uma democracia no nosso país, mas, distante ficamos dessa realidade, onde os nossos direitos são roubados. O termo inovação é entendido como novo, mudanças, transformações em relação ao posicionamento do Estado anterior, onde agora o gestor passa não apenas ter a função de administrar e controlar os serviços existentes, mas acima de tudo procura resolver as questões e encontrar soluções afetivas.
Só que para se ter sucesso nesse novo modelo de gestão é preciso muita qualificação, capacitação, conhecimentos para aplicação e distribuição das ações de forma que consigam atingir êxito. Essa nova forma de atuação da gestão se dividem em duas vertentes como a gerencial e a societal.
A vertente gerencial mostra o Estado burocratizando as ações e serviços, fundamenta os pressupostos no pensamento organizacional do setor privado e são pautadas na ideia econômica financeira, já a vertente societal busca a participação dos atores sociais de forma direta nos fóruns, conselhos gestores de políticas públicas, orçamentos participativos democráticos, inserindo o cidadão nos processos decisórios, onde essa sociedade contribua nos avanços e na evolução de uma administração pública e transparente.
Defendo a ideia que os gestores devem reduzir a formalidade das ações e serviços, que ousem da sua criatividade e sejam capazes de desenvolver planos, unindo a organização nos espaços públicos não desviando a atenção para a participação dos cidadãos nas tomadas de decisões.
Os novos modelos de gestão vêm a cada dia conquistando pequenos espaços em diversos territórios, é claro que para ocorrer mudanças e sucesso é necessário ter ousadia, fazer diferente, identificar os pontos principais que necessitam serem tratados como prioridade. Ainda é um grande desafio a relação entre gestores públicos e seus clientes cidadãos, a não participação direta dos usuários nos assuntos públicos, os gestores devem viabilizar serviços e informações com uma maior qualidade para responder as demandas existentes.
Concluo que esse novo modelo de gestão na conjuntura brasileira não necessita apenas de mudanças de ordem política estatal, reformas e modificações de leis, mas acima de tudo no aspecto de conhecimento, que é a base para a construção de um pensamento inovador e assim, onde possa também envolver os cidadãos e gestores, pois sem dúvida é de extrema importância à relação entre essas duas categorias. Se tornando possível que tenhamos de fato a cidadania efetivada, com transparência, respeito e uma estrutura correta das ações desenvolvidas pelos gestores no nosso país, mesmo sendo evidente que esse modelo de gestão é algo sonhado, desejado por todos e que são enormes os caminhos até conseguir a verdadeira realização. A luta deve continuar dia a dia, pois enquanto houver sonhos, sempre existirá saídas para a sua realização.
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